Uma família brasileira formada por quatro adultos e dois filhos adolescentes tem chamado atenção nas redes sociais por viver de forma harmônica fora dos padrões convencionais. Definindo-se como poliamorosa, a chamada família Macettare convive sob o mesmo teto há mais de 15 anos e afirma ter construído um modelo de relacionamento baseado em diálogo, afeto e acordos claros.
O casal original é formado por Kel Macettare, 41, e Bruno Cordisco Abate, 42. Juntos desde a adolescência, eles começaram a namorar em 2000, casaram-se em 2005 e tiveram dois filhos: Henry, de 19 anos, e Hector, de 13. Inicialmente em uma relação monogâmica, o casal passou a explorar novas possibilidades ao longo dos anos, começando com experiências em casas de swing e, mais tarde, com a abertura para vínculos afetivos duradouros além do casamento.
“Foi um processo. No início, eu não estava pronta para o poliamor e cheguei a cogitar terminar. Mas tudo foi acontecendo com muito respeito. A gente aprendeu a ouvir o outro de verdade”, conta Kel.
Atualmente, Bruno mantém um relacionamento com Jennifer de Faria, 21. Kel, por sua vez, namora Diego Machado, 37, que vive na casa com a família. “O amor que temos um pelo outro permanece, mas aprendemos que ele pode coexistir com outros vínculos. E isso não diminui em nada o que construímos juntos”, afirma Bruno.
A rotina da casa é compartilhada entre todos. Bruno costuma cozinhar e fazer as compras; Jennifer participa dessas tarefas; Diego cuida das roupas e do banheiro social; Kel limpa o chão. Os filhos também têm responsabilidades: Henry lava a louça e Hector cuida da areia das gatas, tira o lixo e limpa a pia. “Todo mundo colabora, mas ninguém é muito organizado”, diz Kel com bom humor.
Na educação dos filhos, o princípio é o diálogo. As decisões entre os adultos são debatidas em particular, para manter a autoridade coesa. “Sempre educamos com base na parceria, e eles sabem que podem argumentar com responsabilidade”, explica a mãe.
Embora já tenham enfrentado olhares e julgamentos, os integrantes da família destacam que sua estrutura funciona justamente por não depender de modelos prontos. “As pessoas acham que é bagunça, mas aqui tudo tem muito diálogo. A gente não romantiza, é trabalho emocional o tempo todo. Mas vale a pena”, comenta Bruno.