Transplante: Coração artificial como 'ponte' para a espera da doação

  Meios de assistência circulatória, como o ECMO, e o coração artificial são alternativas para pacientes graves. Porém, o alto custo inviabiliza o amplo acesso 


Créditos: Shutterstock 


 

Atualmente, em Brasília, aproximadamente 40 pessoas estão com cadastros ativos e aguardam a doação de coração para fazer o transplante do órgão. Além desses, segundo a cirurgiã cardíaca Maria Cristina Rezende, do Hospital São Francisco, pertencente ao Grupo Kora Saúde, há outros pacientes que estão com cadastros suspensos por falta de exames.  

Neste mês de agosto, a doença do apresentador Fausto Silva levantou o problema da doação de órgãos no Brasil, especialmente a de coração. “Os maiores problemas para os pacientes que aguardam na lista do SUS por um transplante de coração são a incompatibilidade do órgão doado e, principalmente, a falta de doadores”, afirma médica.  

De acordo com a dra. Maria Cristina Rezende que atua também no Cardiocentro e fez parte da equipe que fez o primeiro transplante cardíaco no Distrito Federal, realizado em 1992, no Hospital de Base –, quando um paciente precisa de transplante de coração, ele não pode esperar muito tempo. Em casos de menor gravidade, confirme explica a médica, a espera por um transplante cardíaco pode ser de 12 a 18 meses em média. Porém, em casos mais graves, esse período pode ser reduzido para dois a três meses.  

Para esses pacientes, quando o tempo de espera é em torno de dois meses, a cirurgiã cardíaca afirma que alternativas que podem ser usadas como “ponte” para o transplante cardíaco. “Existem meios de assistência circulatória, como o ECMO, e o coração artificial, que é dispositivo implantado no corpo humano para substituir parte do órgão doente dos pacientes”, informa. 

Isso significa, segundo a dra. Maria Cristina Rezende, que, enquanto a pessoa está na lista à espera do órgão, o coração artificial assume a função de bombear sangue para todo o organismo. Para executar essa tarefa, o dispositivo é movido por uma bateria, que o paciente pode carregar em uma bolsa. Nesse caso o paciente pode ficar meses aguardando o transplante. Entretanto, trata-se de dispositivo extremamente caro e de difícil acesso à população geral”, afirma a cirurgiã cardíaca. 

 

Doenças cardíacas 

As principais doenças que levam à necessidade de transplante são a Insuficiência Cardíaca (IC); a doença cardíaca congênita; a doença coronariana grave, que é a obstrução das artérias coronárias, que irrigam o músculo cardíaco; as válvulas cardíacas com alterações graves; e a miocardiopatia. 

“Quando essas doenças não podem ser tratadas com medicamentos ou com cirurgia para tratamento da causa de base, acabam levando à necessidade de transplante do coração”, explica a cirurgiã. 

Para evitar que as doenças cardíacas avancem a tal ponto de chegar à necessidade de transplante do órgão, a dra. Maria Cristina Rezende diz que é necessário manter acompanhamento cardiológico periódico, para tratar adequadamente as patologias cardíacas; realizar atividades físicas regulares; e ter boa alimentação e hábitos de vida saudáveis.  

Mesmo assim, dependendo da causa da doença cardíaca, não há como evitar o transplante em algum momento da vida”, destaca a médica. 

Para ela, o mais importante em relação ao transplante de coração e de demais órgãos, de modo geral, está relacionado ao cuidado individual de cada pessoa com sua saúde e, também. à consciência das pessoas quanto à necessidade de doação de órgãos. “Beneficiar outras tantas pessoas com a doação de córneas, rins, fígado, pulmão, coração, é um grande gesto de amor”, completa a cirurgiã. 

  

Sobre a Kora Saúde  

Um dos maiores grupos hospitalares do país, a Kora Saúde possui 17 hospitais espalhados pelo Brasil e está presente no Espírito Santo (Rede Meridional nas regiões de Cariacica, Vitória, Serra, Praia da Costa, em Vila Velha, e São Mateus); Ceará (Rede OTO, todos em Fortaleza); Tocantins (Medical Palmas e Santa Thereza na cidade de Palmas); Mato Grosso (Hospital São Mateus em Cuiabá); Goiás (Instituto de Neurologia de Goiânia e Hospital Encore); e Distrito Federal (Hospital Anchieta e Hospital São Francisco). O grupo possui mais de 2 mil leitos no país e 11 mil colaboradores. A Kora Saúde oferece um sistema de gestão inovador, parque tecnológico de ponta e alta qualidade hospitalar, com o compromisso de praticar medicina de excelência em todas as localidades onde está presente.  

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